O jornal Notícias publicou a 17 de Outubro o artigo intitulado “Iniciativa do Cinturão e Rota” do Sr. Wang Hejun, Embaixador da China em Moçambique. Segue-se o artigo em íntegra: 

Hoje, o Terceiro Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional inaugurou-se em Beijing. Em representação do Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, o Primeiro-Ministro, Adriano Afonso Maleiane, chefiou uma delegação de alto nível à China para participar no fórum.

Há dez anos, seguindo a tendência da era, o Presidente Chinês Xi Jinping propôs pioneiramente construir em conjunto o cinturão económico da rota da seda e a rota da seda marítima do século XXI, conhecidos como a Iniciativa do Cinturão e Rota. Durante dez anos, a iniciativa passou de um conceito e uma perspectiva a uma ação concreta e uma realidade, e se tornou uma importante plataforma de práticas para promover a construção de Comunidade com Futuro Compartilhado para a Humanidade, abrindo um caminho de oportunidades para a prosperidade comum de todos os países.

Na última década, a Iniciativa do Cinturão e Rota criou um grande palco para a cooperação mutuamente benéfica para todos os países parceiros. Aderindo ao princípio de ampla consulta, contribuição conjunta e benefícios compartilhados, a China assinou mais de 200 documentos de cooperação no âmbito da construção conjunta do Cinturão e Rota com 152 países do mundo e 32 organizações internacionais, esforçando-se por construir uma rede de cooperação internacional aberta, inclusiva e voluntária. Neste contexto, enfatizando a coordenação de políticas, a conectividade de instalações, o comércio desimpedido, a integração financeira e os laços entre povos, as partes envolvidas juntaram-se para criar plataformas de cooperação em mais de 20 setores, tais como energia, portos, ferrovia, desenvolvimento verde e economia digital, bem como os mecanismos de apoio como o Novo Banco de Desenvolvimento, o Fundo da Rota da Seda e o Fundo de Desenvolvimento China-África. Segundo o relatório do Banco Mundial, a construção conjunta do Cinturão e Rota aumentou o fluxo comercial em 4.1% e o investimento estrangeiro em 5% dos países participantes, além de o PIB dos países de baixa renda em 3.4%. A iniciativa alavancou cumulativamente investimentos de quase um trilhão de dólares americanos, resultou em mais de 3 mil projetos de cooperação, criou 420 mil empregos para os países ao longo do Cinturão e Rota e retirou quase 40 milhões de pessoas da pobreza, dando contributos consideráveis para acelerar a implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas.

Na última década, a Iniciativa do Cinturão e Rota proporcionou um novo motor para o desenvolvimento dos países africanos. Com documentos de cooperação assinados entre a China e 52 países africanos e a Comissão da União Africana, a cooperação sino-africana do Cinturão e Rota quase atingiu cobertura total no continente africano. Nos últimos anos, têm se registrado resultados frutíferos na conectividade de instalações, no comércio desimpedido e na integração financeira entre a China e os países africanos, e tem sido mais ativo do que nunca o intercâmbio interpessoal. A China construiu mais de 6 mil quilômetros tanto de linhas ferroviárias como de estradas, cerca de 20 portos e mais de 80 instalações elétricas em grande escala na África. No ano passado, o estoque do investimento direto da China para a África ultrapassou 47 mil milhões de dólares americanos, mais de 1.8 vezes do montante de 2013. O volume de comércio China-África atingiu 282 mil milhões de dólares americanos, representando 20% do valor do comércio da África. A China tem sido o maior parceiro comercial da África por 14 anos consecutivos. A China concedeu cumulativamente 120 mil bolsas de estudo do Governo aos países africanos e estabeleceu 61 Institutos Confúcio e 48 salas de aula Confúcio em 46 países africanos. Incluiu 34 países africanos na lista oficial de destinos turísticos. Estabeleceram-se 150 pares de cidades gémeas sino-africanas.

Na última década, a Iniciativa do Cinturão e Rota pressionou o botão acelerador para o desenvolvimento profundo da cooperação sino-moçambicana. Moçambique foi uma parada importante na antiga rota da seda marítima. Está exposta no Museu da Ilha de Moçambique uma grande quantidade de porcelanas delicadas da Dinastia Ming da China. Atualmente, Moçambique é um participante elogiável da construção conjunta do Cinturão e Rota de alta qualidade. Nos últimos anos, os dois lados têm se empenhado em melhorar a qualidade e a eficiência da cooperação mutuamente benéfica bilateral, para que as relações tradicionais de amizade e cooperação entre os dois países possam ser herdadas e levadas adiante de forma contínua. Das conclusões da Ponte Maputo-Katembe, a maior ponte suspensa do continente africano, a Estrada Circular de Maputo e o Aeroporto Filipe Jacinto Nyusi, até às inaugurações do Centro Digital da TVM e o Centro Cultural Moçambique-China, uma série de projetos de infra-estruturas visíveis e tangíveis alcançou êxitos notáveis e beneficiou o lado moçambicano. A China também constitui uma das maiores fontes de investimento e um principal parceiro comercial de Moçambique. Em 2022, o volume do comércio sino-moçambicano atingiu 4,665 mil milhões de dólares americanos, registrando um aumento de 15.67%. No primeiro semestre de 2023, o volume de comércio bilateral aumentou 28.17%. O investimento chinês em Moçambique envolve diversos setores como energia e recursos minerais, agricultura, construção de habitações, processamento e fabricação, o que não só elevou a capacidade de desenvolvimento independente e sustentável de Moçambique, como também criou empregos e favoreceu a subsistência do povo moçambicano.

Hoje, com a realização da nova edição do fórum em Beijing, a construção conjunta do Cinturão e Rota encontrar-se-á no novo ponto de partida. Temos toda a confiança e capacidade de trabalhar junto com a comunidade internacional, incluindo os países africanos, para orientar o avanço contínuo da construção conjunta do Cinturão e Rota de alta qualidade, preparar um caminho brilhante para o desenvolvimento comum e traçar um belo quadro do desenvolvimento verde, visando abrir um novo capítulo na era da rota da seda, com benefício mútuo e resultados ganha-ganha entre os países, amizade e afinidade entre os povos e aprendizagem mútua entre as civilizações!