O Jornal Notícias publicou o Artigo Intitulado “Defendendo interesses comuns China-África e China-Moçambique” do Sr. Wang Hejun, Embaixador da China em Moçambique
2023/05/03

O jornal Notícias publicou a 3 de Maio o artigo intitulado “Defendendo interesses comuns China-África e China-Moçambique” do Sr. Wang Hejun, Embaixador da China em Moçambique. Segue-se o artigo em íntegra: 

Sendo bons irmãos que compartilham as mesmas metas de desenvolvimento, a China e os países africanos têm avançado lado a lado no caminho da luta pela independência nacional e do desenvolvimento comum. Nos últimos anos, os países africanos têm-se dedicado positivamente à promoção do desenvolvimento socioeconómico, mas a carência de fundos e as limitações tecnológicas constituem os gargalos principais à prosperidade e revitalização da África. Nesse sentido, sob a orientação dos princípios de sinceridade, efetividade, amizade e boa fé e do conceito da defesa da justiça enquanto persegue interesses compartilhados, a parte chinesa tem atendido às necessidades dos países amigos e realizado cooperações em grande escala com a parte africana, ajudando a transformarem as vantagens de recursos no resultado de desenvolvimento. Todavia, algumas forças, que negligenciam a amizade sino-africana e o desejo de bem-estar do povo africano, continuam a manipular falsidades sobre a cooperação China-África. Perante os clichés, levo ao conhecimento dos amigos moçambicanos duas falsidades típicas que vou refutar e explicar   com base em factos.

Falsidade I: "Armadilha da dívida chinesa na África"

Realidade: A chamada "armadilha da dívida chinesa na África" é uma armadilha narrativa imposta à China e à África. A China sempre esteve empenhada em ajudar a África a aliviar seu peso da dívida e participou ativamente da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20. Já assinou acordos de suspensão do serviço da dívida ou chegou a consensos com 19 países africanos, incluindo Moçambique, contribuindo com a maior quantidade de suspensão do serviço da dívida entre os membros do G20. Na 8ª Conferência Ministerial do Fórum de Cooperação China-África, o Presidente chinês Xi Jinping anunciou que a China canalizaria para os países africanos 10 mil milhões de dólares americanos a partir da sua nova alocação de Direitos Especiais de Saque do Fundo Monetário Internacional, o que já deu avanços importantes.

Salienta-se que, segundo o relatório do Banco Mundial, quase 80% da dívida externa total dos países africanos é detida por instituições financeiras multilaterais e credores comerciais que podem e devem assumir maiores responsabilidades para ajudar a África a reduzir seu fardo da dívida.

Falsidade II: "Falta transparência na cooperação China-África"

Realidade: Os resultados concretos da cooperação China-África são visíveis e tangíveis para o povo africano. Desde o início do novo século, a China construiu na África mais de 6 mil quilómetros de caminhos-de-ferro, 6 mil quilómetros de estradas, cerca de 20 portos e mais de 80 grandes instalações  elétricas, e financiou mais de 130 hospitais e clínicas, mais de 170 escolas, 45 instalações desportivas e mais de 500 projetos agrícolas, desempenhando um papel substancial no desenvolvimento socioeconómico da África e na melhoria dos meios de subsistência do povo africano.

Como modelo da cooperação China-África, a cooperação pragmática China-Moçambique tem apresentado vários destaques nos últimos anos. A Estrada Circular de Maputo liga o centro da cidade à zona marginal e faz ligação com a EN1. A Ponte Maputo–Katembe, a maior ponte suspensa da África, reduz o tempo de travessia de duas a três horas para cerca de dez minutos. Os projetos melhoraram significativamente a malha rodoviária e a conectividade na capital e nas zonas circundantes. O Aeroporto Filipe Jacinto Nyusi preencheu a lacuna de aeroporto da província de Gaza. O Centro Digital da TVM e o projeto de acesso à televisão via satélite para 1000 aldeias moçambicanas transmitem últimas notícias e programas de televisão para habitantes de áreas remotas. Ademais, as obras do Centro Cultural de Moçambique e do Instituto de Formação Profissional e Técnica de Gorongosa foram entregues, e o projeto de modernização e expansão da rede da operadora da Tmcel está bem encaminhado. Essas conquistas prestaram apoio verdadeiro a Moçambique para alcançar o autodesenvolvimento sustentável e foram amplamente apreciadas pelo povo moçambicano.

Sendo uma parte indispensável da cooperação internacional para o desenvolvimento, a cooperação China-África é aberta e transparente. A África deve ser um grande palco para a cooperação internacional em vez duma arena de competição entre grandes potências. Perante algumas forças que propalam suas próprias ideias e atacam e desonram a China, não podemos deixar de duvidar se essas condutas são para promover o desenvolvimento da África, ou apenas difamar a cooperação China-África? Tenho a confiança de que o povo moçambicano tem um olhar atento. Nenhuma força tem a capacidade de abalar a determinação firme sino-moçambicano de trabalharem em conjunto para defender os seus interesses comuns e promover o desenvolvimento nacional.

Embaixada da República Popular da China na República de Moçambique