O jornal Notícias publicou a 4 de Maio o artigo intitulado “Iniciativa de Segurança Global: Solução da China para a Paz e Estabilidade Duradouras no Mundo” do Sr. Wang Hejun, Embaixador da China em Moçambique. Segue-se o artigo em íntegra:
Em 21 de Abril de 2022, a cerimónia de abertura da Conferência Anual 2022 do Fórum de Boao para a Ásia foi realizada em Boao, província de Hainan, China, durante a qual Sua Excelência Presidente Xi Jinping proferiu via vídeo um discurso principal intitulado “Unir as Mãos para Enfrentar Desafios Juntos e Abrir um Futuro Brilhante via Cooperação”, no qual declarou solenemente quatro proposições, nomeadamente preservar juntos a vida e a saúde da humanidade, promover juntos a recuperação económica, salvaguardar juntos a paz e a estabilidade mundiais e responder juntos aos desafios da governança global, e propôs a Iniciativa de Segurança Global, contribuindo com mais sabedoria da China para assegurar a estabilidade duradoura no mundo e a paz permanente para todos os povos.
À medida que os hotspots de segurança regional surgem uma após a outra, o mundo hoje está enfrentando muitos desafios. Com as crescentes ameaças representadas pelo unilateralismo, a hegemonia e a política do poder, bem como os défices mais graves em termos de paz, segurança, confiança e governança, as grandes mudanças não vistas num século estão se desenrolando diante dos nossos olhos. De que tipo de conceito de segurança o mundo precisa? Como os países podem alcançar a segurança comum? À face deste tema da época, o Presidente Xi Jinping dissecou profundamente os desafios atuais de segurança e propôs a Iniciativa de Segurança Global baseada no futuro e destino de toda a humanidade. Constitui mais um bem público global fornecido pela China após a Iniciativa de Desenvolvimento Global, sendo uma prática viva do conceito de Comunidade com Futuro Compartilhado para a Humanidade no campo da segurança.
A Iniciativa de Segurança Global defende a persistência em seis aspetos:
—persistir na visão de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável, preservando juntos a paz e a segurança mundiais;
—persistir em respeitar a soberania e integridade territorial de cada país sem intervenção nos assuntos internos de outros países, respeitando o caminho do desenvolvimento e o sistema social escolhidos independentemente pelos povos de cada país;
—persistir em cumprir os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, abandonar a mentalidade da Guerra Fria, opor-se ao unilateralismo e se abster da política de grupo e do confronto entre blocos;
—persistir em levar a sério as preocupações legítimas de segurança de cada país, insistir no princípio da indivisibilidade da segurança, construir uma arquitetura de segurança equilibrada, eficaz e sustentável e se opor a busca de sua própria segurança às custas de outros países;
—persistir na resolução pacífica das discrepâncias e disputas entre países por meio do diálogo e da consulta, apoiar todos os esforços em prol da solução pacífica de crises, abster-se da duplicidade de critérios e repudiar o abuso de sanções unilaterais e de "jurisdição de braço longo";
—persistir na salvaguarda da segurança em áreas tradicionais e não tradicionais de forma coordenada e na resposta conjunta às disputas regionais e aos desafios globais, como terrorismo, mudança climática, segurança cibernética e biossegurança.
O lançamento da Iniciativa de Segurança Global não só corresponde à tendência histórica de globalização económica, multipolarização mundial e democratização das relações internacionais, como também esclarece o conceito central, as diretrizes fundamentais, os princípios essenciais, as metas a longo prazo e a abordagem viável para defender e alcançar a segurança global, portanto fornecerá certamente uma orientação conceitual valorosa para impulsionar a reforma do sistema global de governança da segurança, quebrar o dilema da segurança humana, e promover a construção de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade.
Além de lançar a Iniciativa de Segurança Global, a China também tem se concentrado em tomar medidas práticas para salvaguardar a paz e a estabilidade mundiais.
—A China é um dos principais contribuintes para as operações de manutenção da paz da ONU. Como o segundo maior financiador para as operações, a China tem enviado mais de 50 mil militares de manutenção da paz, mais do que qualquer outro membro permanente do Conselho de Segurança. As forças de manutenção da paz chinesas observam rigorosamente os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, agem em estrita conformidade com seus mandatos, e cumprem fielmente suas missões, fazendo contribuições significativas para a paz mundial e o desenvolvimento comum.
—A China é um participante ativo do controle internacional de armas e do desarmamento. O Presidente Xi Jinping participou duas vezes da Cúpula de Segurança Nuclear, apresentando sua abordagem sensata, coordenada e equilibrada da segurança nuclear e sua ideia de construir um sistema internacional de segurança nuclear com justiça e cooperação win-win. A China já aderiu a mais de 20 tratados e mecanismos internacionais do controle de armas, incluindo o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e a Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Utilização de Armas Químicas e sobre sua Destruição, e promoveu o estabelecimento dum regime de verificação sob a Convenção sobre as Armas Biológicas.
—A China é um defensor forte da cooperação global contra ameaças de segurança não tradicionais. Apoiamos intensamente o papel de liderança da ONU na luta global contra o terrorismo, as resoluções antiterroristas aprovadas pelo Conselho de Segurança e a plena implementação da Estratégia Global contra o Terrorismo. Em 2020, a China apresentou à Assembleia Geral da ONU a Iniciativa Global sobre Segurança de Dados, fornecendo um modelo para criar regras globais sobre segurança de dados.
—A China é um orientador exemplar da cooperação antipandêmica internacional. Logo após o surto da pandemia da Covid-19, a China ofereceu na primeira hora materiais médicos a vários países, compartilhou sua experiência na prevenção e controle da pandemia e cumpriu concretamente seu compromisso de tornar as vacinas contra a Covid-19 num bem público global, contribuindo para unir a lacuna global de imunização. Até agora, foram fornecidas mais de 2,1 mil milhões de doses de vacinas a mais de 120 países e organizações internacionais.
—A China é um praticante leal de promover a segurança através do desenvolvimento. A China lançou a Iniciativa de Desenvolvimento Global, auxiliando na implementação da Agenda 2030. Além de participar vivamente da cooperação internacional contra a pobreza e acelerar a transição para energia limpa e de baixo carbono, promovemos efetivamente a cooperação e os intercâmbios internacionais no domínio da proteção da diversidade biológica, e comprometemo-nos a avançar o transporte sustentável e a conectividade ao nível mundial, injetando constantemente novos impulsos no processo de desenvolvimento global.
A China e Moçambique são bons amigos, irmãos e parceiros que compartilham alegrias e sofrimentos. Somos ambos países em desenvolvimento, assumindo a missão comum de desenvolver a economia e melhorar a vida dos povos. Quanto aos hotspots regionais, como a questão da Ucrânia, promovemos juntos negociações de paz e defendemos que todos os países resolvam pacificamente as disputas internacionais de acordo com os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas. O Presidente Xi Jinping salientou que, a segurança é a pré-condição para o desenvolvimento, e a humanidade está vivendo numa comunidade de segurança indivisível. Como um grande país responsável, a China está disposta a trabalhar junto com todos os países amantes da paz e que buscam o desenvolvimento, incluindo Moçambique, para consolidar a solidariedade e promover a implementação da Iniciativa de Segurança Global, contribuindo com mais sabedoria e forças para a manutenção da paz e tranquilidade mundiais.