O jornal Notícias publicou a 22 de Novembro o artigo intitulado “De mãos dadas, Vamos construir uma Comunidade China-África de Futuro Compartilhado mais sólida” doSr. Wang Hejun, Embaixador da China em Moçambique. Segue-se o artigo em íntegra:
A nova conferência do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) será realizada em 29 de novembro. Na situação complicada combinada das grandes mudanças e a pandemia da Covid-19 não vistas num século, será uma oportunidade significativa para ambas as partes aprofundarem a irmandade histórica e planificarem estratégias de cooperação baseadas na realidade, visando traçar um plano brilhante da cooperação China-África e enriquecer os conteúdos mais contemporâneos da Comunidade China-África de Futuro Compartilhado.
A China e a África lutaram ombro a ombro pela independência nacional e avançaram de mãos dadas desde há muito no caminho do desenvolvimento socioeconómico, sendo sempre, verdadeiramente, uma comunidade de destino comum. Em 2000, acompanhando a tendência de paz, desenvolvimento e cooperação, a China e a África propuseram em conjunto o estabelecimento do FOCAC, abrindo uma nova era para as relações China-África e dando início a uma jornada rápida da cooperação abrangente sino-africana. Os princípios de sinceridade, efetividade, amizade e boa fé aderidos pela parte chinesa enraizam-se sempre mais no coração dos dois povos.
Sinceridade: combatem contra a pandemia juntas, promovendo a recuperação pós-pandemia. No momento mais crítico da luta global contra a pandemia no ano passado, Sua Excelência Presidente Xi Jinping presidiu a Cúpula Extraordinária China-África sobre a Solidariedade contra a Covid-19, na qual propôs uma série de medidas fortes para apoiar o combate da África contra a pandemia, manifestando a união sino-africana para superar a crise pandémica à comunidade internacional. A China faz desde sempre as suas ações valerem as suas palavras, refletindo em envio oportuno das equipas de especialistas antipandémicas a 15 países africanos e estabelecimento de emergência de 43 mecanismos de cooperação de hospitais homólogos China-África. A parte chinesa também antecipou o início da construção da sede do Centro para a Prevenção e Controle de Doenças da União Africana (UA). Desde o início do ano corrente, superando sua própria insuficiência de vacinas contra a Covid-19, a China doou e distribuiu sucessivamente 1.6 mil milhões de doses de vacinas a mais de 100 países e organizações internacionais, incluindo Moçambique. Os dois lados lançaram juntos a Iniciativa de Parceria para Apoiar o Desenvolvimento da África nas Nações Unidas, apelando à comunidade internacional para prestar mais apoio aos países africanos nas áreas de prevenção e controle da pandemia, comércio e investimento, alívio da dívida, segurança alimentar, redução da pobreza, economia digital, resposta às mudanças climáticas e industrialização, de modo a auxiliar na reconstrução pós-pandemia da África até alcançar o desenvolvimento e a revitalização.
Efetividade: aprofundam a cooperação pragmática, obtendo resultados frutíferos. A pandemia não pode impedir a China e a África de avançarem juntas. A China tem sido o maior parceiro comercial da África por 12 anos consecutivos. Entre janeiro e agosto deste ano, o volume do comércio sino-africano alcançou 162,2 mil milhões de dólares americanos, um aumento de 39.33% em comparação com o mesmo período do ano passado. O volume do comércio sino-moçambicano atingiu 2,379 mil milhões de dólares americanos, registrando um aumento de 55.88%. No âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota, 46 países africanos e a Comissão da UA assinaram documentos de cooperação com a China. Até agora, mais de 85% das Oito Ações anunciadas na Cúpula de Beijing do FOCAC em 2018 foram implementadas, e 70% dos fundos de apoio totalizando 60 mil milhões de dólares americanos foram desembolsados ou destinados. Recentemente, os dois lados realizaram subsequentemente o Fórum de Desenvolvimento e Cooperação da Internet China-África, a Temporada de Promoção de Produtos Africanos em Plataformas Eletrônicas de Venda do FOCAC e a 2ª Exposição Económica e Comercial China-África, proporcionando oportunidades valiosas para elevar o nível de qualidade da cooperação China-África.
Amizade: intensificam os intercâmbios culturais, incentivando o aprendizado mútuo entre as civilizações. Os povos da China e da África gozam da intimidade natural. Nos últimos anos, através de canais mais expandidos e com conteúdos mais abundantes, os intercâmbios culturais sino-africanos têm sido intensificados bastante. O Governo Chinês forneceu cumulativamente 120 mil vagas de bolsas de estudo aos países africanos e adicionou 34 países africanos, incluindo Moçambique, à lista oficial de destinos turísticos. Estabeleceram-se no total 150 pares de cidades gémeas sino-africanas. Aqui em Moçambique também registra histórias de amizade China-África todos os dias. A equipa médica chinesa e os médicos locais trocam conhecimentos profissionais e tratam pacientes em conjunto, sendo histórias emocionantes. No parque agrícola de Wanbao em Xai-Xai, usando a tecnologia agrícola chinesa, mais de 500 agricultores locais transformam terreno baldio em plantio de arroz com boa colheita. Os estudantes do Instituto Confúcio da Universidade Eduardo Mondlane recitam os aforismos dos antigos sábios chineses, sendo histórias da geração Z dos dois estados.
Boa fé: apoiam-se mutuamente e confiam um no outro, unindo-se para promover o desenvolvimento mundial. A China é o maior país em desenvolvimento e a África abriga o maior número de países em desenvolvimento. Há muito tempo, ambos os lados mantêm profunda confiança política recíproca e se apoiam firme e mutuamente na escolha de seu próprio caminho de desenvolvimento e na salvaguarda de seus interesses nucleares e preocupações principais. No cenário internacional, as duas partes salvaguardam conjuntamente os interesses comuns dos países em desenvolvimento, trabalham ativamente pela reforma do sistema de governança global para torná-lo mais justo e equitativo e incentivam a democratização das relações internacionais, dando contribuições consideráveis para a paz e o desenvolvimento do mundo. O mundo atual caracteriza-se por contradições arraigadas, a instabilidade prolongada e a incerteza expandida. Nesta circunstância, a convergência dos esforços dos dois lados no sentido de levar adiante o espírito do FOCAC de ampla consulta, contribuição conjunta e benefícios compartilhados e fortalecer incessantemente a marca de ouro do FOCAC, não só beneficiará a China e a África, mas também beneficiará todo o mundo.
Moçambique é sempre um apoiante firme, participante activo e contribuidor importante do FOCAC. Nos últimos anos, sob a orientação estratégica dos dois Chefes de Estado e no quadro de cooperação do FOCAC, a amizade e as históricas relações de cooperação China-Moçambique têm se desenvolvido favorável e profundamente. As Oito Ações têm sido implementadas constantemente em Moçambique, obtendo resultados frutíferos. A Ponte Maputo-Katembe, a maior ponte suspensa do continente africano, foi concluída e aberta ao tráfego. O Centro de Demonstração Tecnológica Agrícola China-Moçambique, o primeiro deste tipo na África, está a funcionar perfeitamente. Quanto à mídia de massa, 1000 aldeias moçambicanas obtiveram acesso à televisão via satélite e o Centro Digital da TVM já foi colocado em funcionamento. Ademais, as obras do Centro Cultural Moçambique-China, do Aeroporto de Xai-Xai e do Instituto de Formação Profissional e Técnica de Gorongosa também estão em fase de conclusão. Os resultados favorecem com efeito o desenvolvimento socioeconómico de Moçambique e a subsistência do povo moçambicano. Acreditamos que a nova conferência vai trazer novas oportunidades e injetar novo impulso à cooperação sino-moçambicana.
Sua Excelência Presidente Xi Jinping destacou que, apesar dos ajustes e mudanças das situações internacionais, a irmandade sino-africana de igualdade, confiança recíproca e apoio mútuo não mudará. A China será bom amigo, bom parceiro e irmão da África que compartilha bem e desgraças para sempre. Estando num novo ponto de partida, vamos colocar nossas mãos juntas para escrever um novo capítulo da história do FOCAC na nova era e construir uma Comunidade China-África de Futuro Compartilhado mais próxima, criando um modelo exemplar para promover a construção de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade.